Transição energética e o papel dos biocombustíveis

Informativos 4 de novembro de 2025

Transição energética e o papel dos biocombustíveis

A transição energética é um dos maiores desafios e, ao mesmo tempo, uma das maiores oportunidades do século XXI. Trata-se de substituir, de forma gradual e planejada, os combustíveis fósseis por fontes limpas e renováveis — um movimento essencial para conter as mudanças climáticas e garantir o desenvolvimento sustentável.

No Brasil, essa transformação tem características únicas. O país já possui uma das matrizes energéticas mais renováveis do mundo, mas enfrenta desafios ligados à infraestrutura, à regulação e à integração entre diferentes fontes. O caminho para uma economia de baixo carbono depende de decisões estratégicas que conciliem tecnologia, sustentabilidade e inclusão social.

Neste artigo, você vai entender por que a transição energética é um tema tão relevante para o Brasil, quais são as principais rotas possíveis para esse processo, o papel essencial dos biocombustíveis na descarbonização e como empresas como a Binatural estão contribuindo para moldar o futuro da energia limpa no país.

O que é transição energética e por que o tema representa um desafio para o Brasil?

A transição energética é o processo de substituição gradual dos combustíveis fósseis — como o petróleo, o carvão e o gás natural — por fontes de energia renováveis, limpas e sustentáveis. Trata-se de uma transformação profunda no modo como o mundo produz, distribui e consome energia, com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e conter o avanço das mudanças climáticas.

O Brasil desponta como um dos países mais preparados para liderar essa agenda global. De acordo com o Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), o país tem hoje a maior participação de renováveis em sua matriz energética em 35 anos, resultado do forte uso de fontes como a hidráulica, a solar, a eólica e os biocombustíveis. Apesar dos desafios logísticos e tecnológicos, o Brasil já faz parte de uma posição privilegiada no cenário global da descarbonização.

Quais são os diferentes caminhos possíveis para a transição energética brasileira?

A transição energética brasileira tem diversos caminhos complementares, que incluem energia solar, energia eólica e biocombustíveis. A energia solar fotovoltaica tem crescido rapidamente, com milhares de pequenas usinas conectadas à rede. A eólica, por sua vez, é destaque especialmente no Nordeste, onde os ventos constantes garantem alta eficiência.

Mas entre as fontes renováveis, os biocombustíveis — como o biodiesel, o etanol e o biometano — têm uma vantagem estratégica: são combustíveis “drop-in”, ou seja, podem substituir o diesel fóssil nos motores atuais sem necessidade de grandes modificações. Essa característica torna a transição muito mais rápida, eficiente e de baixo custo, sobretudo no transporte rodoviário, que responde por uma parte significativa das emissões nacionais.

Por que os biocombustíveis líquidos continuam sendo essenciais na descarbonização?

Os biocombustíveis emitem significativamente menos gases de efeito estufa durante a combustão. Segundo o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), eles serão fundamentais para que o mundo alcance a neutralidade de carbono até 2050. No caso do biodiesel, a redução nas emissões pode chegar a 90% em comparação com o diesel fóssil.

Em duas décadas de política nacional de biodiesel, o Brasil já produziu 77 bilhões de litros, evitando a emissão de 240 milhões de toneladas de CO₂ — um impacto ambiental expressivo. Isso reforça o papel do setor na meta brasileira de reduzir em até 67% as emissões de GEE até 2035.

Além de reduzir emissões, os biocombustíveis geram empregos, renda e inclusão social, fortalecendo a bioeconomia e a segurança energética nacional.

O futuro da matriz energética será elétrico, renovável ou híbrido?

O Brasil tem bases sólidas para ampliar ainda mais sua liderança em biocombustíveis. Um marco importante é a Lei do Combustível do Futuro, que busca integrar diferentes políticas de descarbonização do setor de transportes, incentivando o aumento da mistura de biodiesel no diesel, o uso de etanol e o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF).

De acordo com o estudo “Biocombustíveis no Brasil: alinhando transição energética e uso da terra para um país carbono negativo”, elaborado pelo IEMA com apoio do Observatório do Clima, o país pode mais do que dobrar a produção e o consumo de biocombustíveis até 2050, com salvaguardas socioambientais e sem novos desmatamentos, recuperando áreas degradadas e fortalecendo a agricultura familiar.

Um exemplo concreto é a meta de chegar ao B25 — mistura de 25% de biodiesel ao diesel fóssil — até 2035. Com essa proporção, o setor do biodiesel poderia:

  • Gerar renda para mais de 540 mil agricultores familiares;
  • Incorporar R$ 412 bilhões ao PIB nacional;
  • Produzir 21 bilhões de litros de biodiesel por ano;
  • Economizar US$ 10 bilhões em importações de diesel fóssil;
  • Evitar a emissão de 541 milhões de toneladas de CO₂;
  • Salvar 3 mil vidas por ano pela melhoria da qualidade do ar.

Esses números mostram que o futuro da transição energética brasileira passa, inevitavelmente, por um modelo híbrido e inteligente — com os biocombustíveis ocupando papel central na descarbonização.

Como a Binatural contribui para moldar o futuro da transição energética?

A Binatural é uma das principais produtoras de biodiesel do Brasil, com plantas em Formosa (GO) e Simões Filho (BA), e capacidade produtiva de 600 milhões de litros por ano, com previsão de atingir 700 milhões até 2027.

Desde sua fundação, a empresa já produziu 2,4 bilhões de litros de biodiesel, evitando a emissão de 7,48 milhões de toneladas de CO₂. Só em 2024, a Binatural reaproveitou cerca de 21 milhões de litros de óleo usado — contribuindo diretamente para a economia circular — e preservou mais de 500 bilhões de litros de água.

A companhia também desempenha um papel social relevante: apoia 25 mil agricultores familiares, com investimentos anuais de R$ 15 milhões em parcerias que promovem renda, inclusão produtiva e sustentabilidade no campo.

Com o aumento gradual da mistura de biodiesel no diesel, os benefícios ambientais, sociais e econômicos dessa cadeia tendem a crescer ainda mais.

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    Conclusão

    Com a COP30 em Belém, no Pará, o Brasil tem uma oportunidade histórica para consolidar sua liderança na transição energética global. E dentro desse movimento, os biocombustíveis, especialmente o biodiesel, destacam-se como protagonistas: reduzem emissões, fortalecem a economia nacional, geram desenvolvimento no campo e preservam o meio ambiente.

    Empresas como a Binatural mostram que descarbonizar é possível — e que o futuro da energia renovável no Brasil passa, necessariamente, pelos biocombustíveis.

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